
Esta semana li um anúncio na traseira de um ônibus, curioso. Era sobre uma empresa que fazia remoção de tatuagem e maquiagem definitiva à laser. O que me chamou atenção foi justamente a "remoção do definitivo". Não é estranho que você queira tanto fazer uma coisa que fique definitivamente, mas depois resolva remover? Se vai remover, não é definitivo!
Nunca gostei desse negócio de definitivo. Escova definitiva, maquiagem definitiva, juventude eterna; nós seres humanos queremos sempre que a coisa dure para sempre, mas logo enjoamos e queremos mudar!! No fundo esperamos pela finitude das coisas, embora a princípio sempre queiramos um "para sempre".
A finitude é necessária, é dinâmica! Terminar pra recomeçar, morrer pra renascer!!
Sempre quando vejo esse frenesi pela juventude eterna, pelo definitivo, me lembro do filme "O Homem Bicentenário" (Chris Columbus). Este filme conta a história de um robô que foi comprado por uma família, e que vai sendo atualizado constantemente para se tornar mais eficiente e "humano" possível. O robô passa a ter sentimentos e a se aproximar de um ser humano de verdade. Percebendo que todos que ele gosta vão morrendo, e ele continua vivendo (por mais de 200 anos), ele vai atrás de alguém que o torne humano, para que ele possa ter uma finitude, morrer, e não viver mais que seus entes queridos. Não é nenhuma maravilha da dramaturgia americana, mas nos faz pensar sobre isso. Não aguentaríamos viver eternamente, tenho certeza!!
Então, como diz o poeta, sábio Vinícius de Moraes "Que seja infinito enquanto dure". Ou seja, vamos tornar eternos belos momentos, belos relacionamentos, belas leituras, belas viagens, tudo que valer a pena!!