domingo, 22 de abril de 2018

Beleza, história, idioma difícil, Florins, neve: BUDAPESTE

Chegamos!  Já no aeroporto fomos nos aclimatando, literalmente, com o frio, com o dinheiro (logo no aeroporto fizemos nosso câmbio), com o idioma e com a comida.  Já saímos de lá ricos em Florins. Nossa estadia em Buda seria de 4 dias e 3 noites no Hotel Hungira City Center. Um hotel justo no preço, na localização e conforto.  Para quem não queria luxo e economizar, foi perfeito.


Já era tardezinha quando chegamos em Budapeste, depois de nos hospedarmos, partimos para a rua, afinal não dá pra descantar em Florins, mesmo que a impressão é que estamos ricos com a quantidade de notas que ficamos.  Decidimos começar experimentando os pratos típicos da cidade, já que ainda não tínhamos almoçado.



Nossa aventura húngara começa no restaurante, com menu em húngaro (a língua "que até o Diabo respeita") e uma garçonete que falava mal o inglês  (não que o nosso fosse muito melhor).  Pra começar pedimos vinho tinto, veio branco, pedimos água  e eram tantas opções que foi mais difícil pedir água do que a comida. Pedimos um copo, veio outra taça de vinho branco. E quando já estávamos loucos com as confusões, vieram nossos pratos : pork e goulash soup, a comida mais húngara, que você respeita, bastante apimentada. No fim deu tudo certo e saímos satisfeitos de lá.


Jó reggelt! Bom dia!  No dia seguinte começou nossa maratona de turistas que só tem 3 dias e meio para conhecer uma cidade repleta de história e pontos turísticos, mas como já tínhamos um roteiro pré definido fomos em frente.  Das coisas que eu mais gosto em viagem é a culinária local, mesmo que às vezes pareça uma comida estranha ao nosso paladar brasileiro, ainda assim, gosto de pelo menos experimentar

Começamos com o café da manhã, bem pertinho do hotel. E, desta vez, fomos atendidos por um rapaz muito simpático e que falava inglês fluente.  O café completo era muito gostoso.  Estava um dia agradável, com sol e parecia que seria um excelente dia, o que realmente aconteceu.

Para esse dia, tínhamos definido conhecer o Parlamento Húngaro, cujo ingresso já havíamos comprado com antecedência, no Brasil. Depois teríamos um roteiro mais livre para caminhar pelo centro histórico. Aproveitamos para conhecer todo o entorno do parlamento, a Praça Kossuth Lajos (Kossuth tér) e a margem do Rio Danúbio com sua Ponte das Correntes e aproveitar para tirar muitas fotos. Nesse mesmo dia conhecemos o memorial "Sapatos às Margens do Danúbio", uma homenagem aos judeus mortos à tiro pelos nazistas, nas margens do rio em 1944/45. Falarei mais do sentimento desse e de outros memoriais aos judeus, em outra postagem. Foi um dia muito proveitoso, fizemos muitas coisas.  Chegamos mortos com farofa de volta ao hotel.

O nosso último dia completo em Buda foi de sofrência.  Temperatura em torno de 10 graus, com vento e frio. Graças à Deus não choveu, mas o frio foi suficiente para congelar mãos, pés e pensamentos. Houve trocas de casacos, muitos cafés e procura por lugar fechado e quentinho.  Bia, minha amiga, havia me emprestado uma espécie de poncho bem aconchegante para eu levar pra viagem, que chamei de morcegão. Vesti o morcegão e cedi o meu casacão para a companheira de viagem não virar pinguim 


Foi o dia para conhecer o Castelo de Buda, o castelo dos reis húngaros em Budapeste, também conhecido como Palácio Real. Dá pra passar um dia visitando o castelo, os museus e as lojinhas em torno.  Além de poder tirar belas fotos lá de cima.  Uma pena o dia não ter estado tão ensolarado.  O acesso ao castelo, depois de passar pela Ponte das Correntes (Széchenyi Lánchid) é à pé, ou pelo funicular Budavári, um passeio em si, já charmosinho. 




Na nossa última manhã em Buda, uma surpresa apavorante, mas ao mesmo tempo encantadora, nevou!! Nevou em plena primavera.  Eu, que odeio frio, mas nunca tinha visto nevar, fiquei igual criança, encantada, dando pulos de alegria e felicidade.  E pânico também.  




Da nossa janela do hotel vimos os floquinhos de neve caindo e  quando descemos para pegar o táxi e partir para Viena, fomos mergulhados no gelo que fazia lá fora.



Budapeste tem os seus encantamentos.  Cidade que nunca imaginei conhecer tem uma história linda e recente de superação depois de passar por tantas guerras e destruição. É uma cidade que aos poucos se ergue; dá pra sentir nos guias turísticos o interesse e a alegria de contar suas histórias de luta. Embora pareça decadente (pra quem está acostumado com prédios luxuosos de grandes cidades), a cidade tem monumentos muito bonitos.


O mercado principal é atrativo com os bordados húngaros, inúmeras lembrancinhas e comida local para se experimentar. Paramos lá pra comer e descansar.



Nos surpreendemos um pouco com o atendimento em alguns serviços, o povo era um tanto impaciente (em um bar, o garçom arrancou o menu das nossas mãos porque demoramos para escolher). Nem sempre o menu tinha tradução para o inglês, e húngaro não é uma idioma fácil.  Mas, o sotaque húngaro é bonito, o som forte me agradou. Tem o também o charme dos bondinhos. 

Para os sensíveis com pimenta, foi preciso tomar cuidado, afinal eles são os reis da páprica (presente em tudo quanto é prato, até num inocente macarrão). Foi difícil fazer conta em Florim, eram muitos zeros para a nossa matemática.  Tenho certeza que fomos passados à perna por algum taxista. Embora, não seja uma cidade que gostaria de voltar, valeu à pena conhecer!

MICO DE VIAGEM: Perto do hotel onde nos hospedamos fica o New York Café, considerado o café mais luxuoso e bonito do mundo. Chiquerésimo, sempre víamos carros luxuosos e pessoas muito arrumadas descendo na porta para jantar ou simplesmente tomar um café.  Decidíamos que íamos lá.  Um dia, voltamos mais cedo do passeio, de mochilas, um monte de casaco (carioca passando frio na Europa), nada combinando com nada, verdadeiros mochileiros.  Decidimos ir direto, porque a probabilidade de irmos depois de passar no hotel era remota, devido o cansaço das caminhadas. Quando entramos já fomos olhados da cabeça aos pés, numa indagação, "o que vocês estão fazendo aqui?". Fomos informados de que não havia mesa e nos deixaram esperando por uma, por vários minutos. Desconfiados de que eles não estavam se esforçando, decidimos dar uma olhada no menu. Foi um choque de realidade :). Era quase irreal o preço de um cafezinho com uma torta, mas até tomaríamos pra guardar nas memórias o café mais caro do mundo. Mas, devido o preconceito com nossas roupas (suponho), olhamos para um lado, para o outro e decidimos cair fora, já que até então, não tinham voltado para nos atender. Saímos rindo de lá, e fomos procurar um lugar mais baratinho. Não, não tenho fotos do café mais chique do mundo!



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