Hoje (ou melhor, ontem, porque já é outro dia) morreu o maior lider que a Venezuela já teve. Morreu Hugo Chaves, ditador, como os democratas gostam de chamar aqueles que ficam "eternamente" no poder.
Mas, políticas à parte, foi interessante acompanhar o acontecimento na grande mídia e nas redes sociais. Claro que, há aqueles que, sem qualquer conhecimento da história venezuelana, se sentiram felizes por termos menos um ditador no planeta; outros, socialistas, comunistas, esperançosos ou, para muitos, loucos, choraram e temeram pelo tão sofrido país, órfão do seu presidente e agora à mercer dos salvadores da pátria oferecendo hamburgeres e coca-colas. Rico em petróleo, mas com uma pobreza imensa; contraditório, como qualquer país pobre que vive subjugado pelas grandes nações. Se há miséria é porque há gente muito rica por lá, como aqui, acumulando toda a riqueza em poucas centenas de milionários.
Mas, o que me chamou a atenção e ja hávia percebido isso antes, aqui mesmo em nosso país, é que há uma dificuldade da classe dominante (essa mesma, que detém os meios de produção, a terra e a riqueza do país) em aceitar a ascenção do pobres. Principalmente, se para isso, a chamada classe média (aquela, que não é nem rica, nem pobre) perde um pedacinho do seu queijo de minas no café da manhã. Puxa, João e Maria agora tem café da manhã, mas eu perdi o meu presuntinho com melão, como eu fico? Ouvi várias pessoas postarem em seus Faces "tudo bem, os pobres melhoraram de vida" (lá e aqui no Brasil), mas a classe média empobreceu"!
A classe média perdeu o que nunca teve, ou se teve é porque logo abaixo dela, milhares morriam de fome, para que ela comesse seu queijinho e tivesse sua tv paga e internet 25 mega!! Como ela não conseguia chegar lá em cima, de jatinhos particulares, e finais de semana em Paris, se sentia por cima da carne seca, porque podia, ir ao shopping, viajar pelo Brasil e ir de vez enquando a Paris ou NY fazer compras.
Mas, os pobres ascenderam, e aí começaram a dividir o mesmo shopping, a mesma poltrona no avião, e imagina, se encontraram em Paris!! Teve socialite reclamando de que "agora todo mundo pode ir a Paris"! Que chato!
E, quando isso acontece, ninguém fica feliz porque a riqueza se divide, e para que todos ganhem alguem tem que perder. Todos querem um país rico e sem miséria, mas que não saia do seu quinhão. E, aí, quando há um presidente que olha para os mais pobres ele é populista, é comunista, é ditador... não presta!
Finalizo com a eterna e sempre atual frase de Marx:
"Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é
profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade
sua posição social e suas relações recíprocas."
PS. Não estou negando as ditaduras, os populismos etc; apenas que devemos ter cuidado e observar que condena e quem defende, antes de julgar!
Foto (http://logosecb.blogspot.com.br/2010/06/sera-que-cada-um-de-nos-tem-obrigacao.html)
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