sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PRECISAMOS DE MAIS GENTILEZA

Essa frase em francês que diz " se cada um fizer suas próprias regras, tudo se desordena", está em todos os ônibus em Paris.  Fiquei na "Cidade Luz"por um mês, e percebi que mensagens desse tipo estavam por toda parte, significando que lá, como aqui, as pessoas estão perdendo cada vez mais a noção de que vivemos em sociedade! Que, para isso, é preciso cumprir determinadas regras, para que possamos viver minimamente em harmonia.

Quando li essa mensagem, me reportei imediatamente para a minha própria cidade! A cada dia, venho percebendo que estamos perdendo a gentileza, o cuidado, o respeito e as regras de sociabilidade.  E, quando tudo fica desregrado, não sabemos o que fazer, como agir, temos medo.  As regras, os costumes nos dão segurança, nos garante um mínimo de confiança.  Por exemplo, se o sinal abre para o pedestre, ele confia naquela mensagem que diz que ele pode seguir; mas quando o motorista não respeita aquele código e avança, ele infringiu não apenas uma lei de trânsito, mas uma regra de sociabilidade, ele desespeitou o outro.  E, aí, como eu, muito ficam na faixa, esperando, até ter certeza que todos os motoristas vão mesmo parar, respeitando as regras do transito.

Há muito tempo um colega de faculdade disse uma coisa que até hoje não esqueço, referindo-se à gentileza do carioca ( Falo do Rio, pois é aqui que moro e tenho liberdade para falar, mas acredito que isso é comum a todas as cidades, pois diz respeito ao comportamento humano!).  Disse ele que a nossa gentileza se limita aos bancos cor de abóbora do metrô. O que ele quis dizer é que só somos gentis quando cedemos os assentos preferenciais para os idosos e pessoas com necessidades especiais.  Se estivermos sentados nos outros bancos, fingimos que não os vemos.  Eles já têm os bancos deles.

E é assim mesmo, outro dia, peguei um metrô cheio e todos os assentos especiais estavam ocupados.  Ninguém, dos outros bancos, me cedeu lugar para sentar!  Eu estou usando bengala por causa das dores nos pés.  Essa tem sido uma atitude corriqueira!!

Essa falta de gentileza me incomoda muito; mas o que me perturba mesmo, é a falta de educação cada vez maior!  Se o  vizinho ouve uma música, todos têm que apreciar o gosto musical dele.  E o que dizer do celular?  Tem coisa mais insuportável do que viva voz de celular dentro de ônibus?  Eu me pergunto se a pessoa é sem noção, ou se é pura falta de educação mesmo!!  Eu custo a acreditar que ela não perceba que está incomodando.

Agora, nos ônibus do Rio, têm circulado uma mensagem pedindo para os usuários de celulares, smartfones e mp3 usarem fones de ouvido.  Ninguém aguenta mais ouvir músicas que não quer ouvir! Já não chega o mal humor do motorista, dos vendedores ambulantes, ainda temos que ouvir tudo quanto é tipo de música?  Parece que está pegando, pois o número de pessoas sem fone tem diminuido.  Graças a Deus!

Esses são apenas alguns exemplos de como a nossa vida fica insuportável quando não somos gentis.  Quando não respeitamos os direitos dos outros; quando não respeitamos os gostos diferentes dos nossos; quando não damos a nossa vez para alguém mais necessitado; quando não seguramos mais a porta para o outro passar; quando não cedemos o lugar.  Atitudes tão simples, mas que fariam tanta diferença! Sejamos mais gentis!




domingo, 22 de janeiro de 2012

PARE O PLANETA TERRA, EU QUERO DESCER!!


Tem uma brincadeira circulando pelas redes sociais que diz "a prova de que há vida inteligente fora da terra é que nunca fizeram contato!".  E, eu to acreditando nisso!

Essa semana aconteceu algo tão bizarro que custei acreditar; eu nem estava entendendo direito o estava acontecendo.  Uma tal de Luiza estava no Canadá e o mundo inteiro estava sabendo e comentando.  Eu me recusei a entrar na brincadeira das redes sociais, de tão sem sentido que era tudo aquilo.  De repente, até a televisão falava  do "fenômeno Luiza".  Meu Deus, já fomos mais inteligente, como disse um jornalista de TV.  Pura falta do que fazer?  Do que discutir?  E a miséria?  E a violência?  Um dos meus críticos (quando coloquei do absurdo de tudo isso) me disse que ali era lugar de ouvir e falar besteira, coisas leves.  Eu retruquei dizendo, que eu não conseguia ser tão vazia!

Na mesma semana, em rede nacional (para quem paga pra ver isso!) todos assistem a uma cena de estupro em tempo real! Repúdio de um lado, clamor por justiça de outro, no final tudo acabou "bem".  Confessando que não houve nada contra a vontade de nenhum dos dois lados (do brother e da sister), ficamos com cara de panaca (é, Gonzaguinha, a gente tem sim, cara de panaca).  E os "heróis"  do BBB12  continuam lutando bravamente (comendo, bebendo horrores, fazendo ginastica e piscina o dia todo) por 1 milhão e meio!  Nós tivemos e temos heróis e heroínas de verdade!

E o que dizer de "delícia, delícia, assim voce me mata"?  E de "minha avó tá maluca"?
Gente, gosto musical não se discute.  Mas chamar isso de música, é um pouco demais.
Tá bom, o tal do Michel Teló até que é simpatiquinho.  Mas, ser campeão de vendas de CDs com essa musiquinha?  Já fomos mais seletivos?

E a tal da Carol?  Sou favorável a que todos tenham o direito de se manifestar culturalmente.  Mas, considerar que qualquer coisa represente a cultura de uma comunidade é demais.  Há muitos fanks até interessantes (não é muito a minha praia), mas definitivamente esse é um lixo!

Fico me perguntando o que está havendo com as nossas escolhas.  Estamos todos sendo nivelados por baixo?  Qualquer lixo nos satisfaz?  Ou, já estamos cansados de reclamar e estamos nos deixando levar pela maré?

Antes que alguem diga que estou sendo dura, cito Clarice Lispector 
"Porque há o direito ao grito, então eu grito"

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

SUPERAÇÃO!

Em dezembro o apresentador Luciano Huck levou ao ar a história do skatista  Italo Romano, 21 anos.  Italo iria aceitar o desafio de saltar da megarrampa montada na casa do campeão Bob Burnquist, na Califórnia.  Um desafio para qualquer, mas muito maior para Italo que perdeu as duas pernas quando tinha apenas 10 em um acidente de trem.  Ele brincava de andar em cima do trem quando caiu e foi atropelado.  Achei linda a história dele e o seu super astral.

Essa podia ser mais uma história de tragédia e desespero.  Mas, para Italo tornou-se a oportunidade de se colocar desafios que nunca pensou ser capaz. Disse ele ser muito feliz e quem sabe melhor hoje, do que se tivesse crescido com suas pernas.

Tenho ouvido muitas historias como essas.  De pessoas que após sofrerem alguma tragédia, depois do drama das perdas, acabam se envolvendo em atividades que as levam a superarem seus próprios limites.

Mas, também vejo muito programas de aventuras que mostram homens e mulheres se dedicando a superar limites, às vezes, suprahumanos.  Escalam montanhas geladas, voam de grandes alturas, se lançam espinhadeiros abaixo, tudo para sentirem a adrenalina em seus corpos.  Alguns acabam perdendo suas vidas nessas aventuras.

Mas, até onde podemos ir?  Qual é o nosso limite?
Eu cresci sendo limitada para muitas coisas por causa da artrite.  Mas, aos poucos fui procurando superar os meus limites.  Desde então, não parei mais.
É claro que cada um tem que decidir o que deseja realizar e como.  Se aquilo é importante para si mesmo ou se deseja convencer alguem de alguma coisa.  O importante é colocar desafios para si mesmo!
Quando eu era pequena, ao ver algumas crianças andando de patins,  me disseram que eu nunca ia poder andar de patins (de forma desdenhosa).  Eu nunca andei de patins, mas não porque eu não pudesse, mas porque nunca me interessei. Na minha vida fiz coisas muito mais difíceis do que andar de patins!!
Acredito que cada um tem os seus limites.  Ninguém pode tudo.  Mas cada um pode muita coisa.
Estamos começando o ano de 2012, é hora de nos colocarmos desafios!!
Qual é o teu desafio??