Como notaram, andei fazendo umas mudanças por aqui. Espero que tenham gostado. Isso reflete um pouco as mudanças que ando fazendo em casa, e por consequência, na vida. Eu gosto de mudanças. Tem gente que não gosta, tem medo do novo. Se apega ao passado e ao já estabelecido. O grande Mahatma Gandhi disse: "Temos de nos tornar a mudança que queremos ver no mundo". Portanto, qualquer mudança tem que partir de nós mesmos.
Alguns dias atrás a filha de uma parente da familia depositou lá na casa da minha mãe, caixas e caixas de coisas, de sua mãe, já falecida há mais de 5 anos. Só agora tinha tido tempo de se desfazer das suas coisas. Quando cheguei lá e vi aquela quantidade de coisas, fiquei assustada. Após conferir o que havia ali (o objetivo era selecionar coisas que podiam ser doadas para instituições de caridade), e observar fotos de família, objetos pessoais, roupas, bijuterias, muitos bilhetinhos, santinhos de primeira comunhão, muitas, muitas coisas, parei para pensar, que tudo aquilo significou uma vida e, que agora estavam ali, jogadas, sendo distribuídas, e sem qualquer presença da família. E, continuei refletindo, sobre a quantidade de coisas que vamos juntando durante nossa vida: papéis, roupas, calçados, biju, tralhas e tralhas.
Temos tanta dificuldades de nos desfazer das coisas, e quando morremos, facilmente as coisas são dispensadas pelos familiares. Foi pensando nisso, que quando voltei pra casa resolvi fazer uma faxina nas minhas próprias coisas, me questionando o quanto estou juntando de coisas desnecessárias, acumulando lixo. Comecei jogando fora diversos papéis que não tinham importancia nenhuma. Agendas? Tinha agendas de mais de 6 anos. Textos de universidade? Só o doutorado já terminei há 3 anos. Mas estavam lá, esperando o dia que seriam usados. Sapatos? Se eu fosse uma centopéia, ainda assim, teria mais sapatos do que pés para usá-los. Saí distribuindo aqueles que nem sabia que ainda existiam, fiz a mesma coisas com as roupas e bolsas.
Depois fui pra casa da minha mãe e continuei a limpeza por lá. Tendo milhares de livros lá, resolvi fazer uma garimpada e ficar somente com aqueles que realmente iria usar. E ainda falta fazer muita arrumação. Mas, depois disso, me deu uma paz, uma sensação de leveza. Fui percebendo quantas coisas realmente juntamos sem nenhuma necessidade. Precisamos de muito pouco pra ser feliz. E agora, quando penso em guardar alguma coisa, me questiono se realmente vale a pena guardar.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" Fernando Pessoa
Muito bacana sua reflexão. Como diz Nelson Ned, tudo passa, tudo passará...inclusive nós, nossas coisas e nossas vaidades.
ResponderExcluirWilliam Pujol.